16 de junho de 2006

Quase 38.

Jogando suas últimas fichas, em cima da mesa empoeirada, um rolo de notas falsas. O globo ocular zunindo da direita pra esquerda, fulminando tudo o que aparece. Os rostos parados, como se fossem esculpidos em madeira ou algum tipo de pedra. Lapidados pela ação do tempo, parados por ali há uns 302 anos. A voz ressoa e sobe pela garganta seca, reverberando nas cordas vocais que eram pouco utilizadas. A fumaça se dissipa, conforme as palavras vão saindo, pequenos redemoinhos e uma ventania no final. As cartas na mão, os olhos nas estátuas e o dinheiro no meio. As paredes são compreensivas, porém chegam mais perto pra ver o final. A lâmpada amarela desce uns bons 10 centímetros. A mão se abre e um leve movimento é percebido. São cinco. Uma depois da outra e todas da mesma forma.